A Casa da Moeda da China está funcionando “a todo vapor” para cumprir com a alta cota estabelecida neste ano pelo governo, enquanto os yuanes são somente “uma pequena porção dos pedidos”.
A China está imprimindo moedas estrangeiras em grande escala na medida em que busca aumentar influência na economia e geopolítica mundial, observa um artigo do The South China Morning Post.
Segundo a edição, que cita várias fontes da Casa da Moeda Chinesa de Impressão de Cédulas e Moedas, as fábricas de produção de dinheiro em todo o país estão funcionando em quase sua plena capacidade para cumprir com a cota elevada, estabelecida pelo governo para este ano em que as notas de yuan representam apenas “uma pequena proporção das ordens”.
A todo vapor
Nos últimos anos, o surgimento do sistema de pagamento eletrônico na China reduziu significativamente o uso e a procura de cédulas, levando ao fechamento de muitas casas de impressão. No entanto, esta situação mudou no início deste ano com a chegada repentina de “grandes encomendas”. Funcionários da maior Casa da Moeda do país, em Baoding, afirmam que suas máquinas “têm funcionado a todo vapor” durante os últimos meses.Da mesma forma, um trabalhador da fábrica de Kunshan relata que, enquanto “no ano passado foi particularmente ruim” e não havia “quase nada”, neste ano “a carga de trabalho está completa”.
De acordo com este funcionário, a maioria das cédulas que foram impressas, não são yuan. “O processamento é diferente. O dinheiro de papel varia de um país para outro e cada cliente tem suas próprias exigências”, argumenta.
A ponta do iceberg
Em um artigo publicado recentemente na China Finance, Liu Guisheng, presidente da Corporação, informou que o país começou a imprimir moeda estrangeira recentemente. No entanto, com o lançamento do projeto “Um Cinturão, Uma Rota” em 2013, começou a imprimir notas de 100 rúpias para Nepal, em seguida, explorar “as oportunidades criadas pela iniciativa” e celebrar contratos com vários países, incluindo a Tailândia, Bangladesh, Sri Lanka, Malásia, Índia, Brasil e Polônia.
No entanto, isso pode ser apenas a ponta do iceberg, já que o número real de países que imprimem ou pretendem imprimir sua moeda na China poderia ser muito maior, como revelado por uma fonte da corporação, acrescentando que alguns governos pediram para Beijing não tornar público seus acordos, porque eles estão preocupados que tais informações possam comprometer a segurança nacional ou desencadear “debates desnecessários em casa”.
“Desafio ao sistema ocidental”
Neste contexto, Hu Xingdou, professor de economia do Instituto de Tecnologia de Pequim, diz que um país deve ter confiança considerável no governo chinês para permitir imprimir suas cédulas.
“O cenário econômico global está passando por algumas mudanças profundas. Como a China vem se tornando maior e mais poderoso, vai desafiar o sistema de valores estabelecidos pelo Ocidente”, prevê o professor, dizendo que “imprimir dinheiro para outros países é um passo importante” neste processo.
“A moeda é um símbolo da soberania de um país. Este negócio ajuda a construir a confiança e até mesmo alianças monetárias”, ressalta.
Por que na China?
Por outro lado, o documento explica que algumas soluções de segurança necessárias para a impressão de notas, como o fio embutido, a tira de metal ou tinta deslocamento cor implicam taxas de licença consideráveis, e muitos países não podem dar-se o luxo de imprimir todas as cédulas que precisam.
Enquanto isso, a empresa chinesa Zhongchao Special Security Technology (Tecnologia de Segurança Especial Zhongchao), uma subsidiária da Corporação de Impressão de Cédulas e Cunhagem, é hoje a maior fornecedora do mundo de recursos de segurança para notas.
Fontes da indústria dizem que uma das principais vantagens da empresa é que ela pode fornecer soluções de segurança a custo relativamente baixo em comparação com as rivais ocidentais, tecnologicamente mais avançadas.
https://br.sputniknews.com/economia/2018081311946962-moeda-china-imprime-dinheiro-mundial/
Att
Diretoria de Comunicação do SNM