Dinheiro em espécie nas mãos do público subiu R$ 24,2 bilhões em um mês, atingindo R$ 238,7 bilhões. BC solicitou produção de R$ 9 bilhões em cédulas à Casa da Moeda, ainda este mês.
Por Alexandro Martello, G1 — Brasília
Com o início do pagamento do auxílio emergencial de R$ 600 para a população mais carente em abril, o papel moeda em poder do público bateu recorde no mês passado, informou o Banco Central nesta quinta-feira (28).
Em abril, entraram em circulação R$ 24,2 bilhões de recursos em espécie, abrangendo cédulas e moedas. Esse ingresso elevou o total disponível na economia brasileira para R$ 238,723 bilhões, de acordo com dados da instituição.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, foram batidos dois recordes: o saldo médio do papel moeda em circulação e o saldo ao fim do período. A série histórica do BC, nesse caso, começa em dezembro de 2000.
“Faz sentido a percepção de que isso é o aumento na demanda por papel moeda, fruto de um aumento nas operações em espécie. O principal elemento que a gente tem são os auxílios emergenciais, uma das razões certamente pelo aumento do papel moeda em poder do público”, afirmou ele.
Por conta da forte demanda por recursos em espécie, decorrente do auxílio emergencial, o BC já confirmou que solicitou à Casa da Moeda a produção de R$ 9 bilhões em cédulas ainda em maio, para evitar a falta das notas durante o pagamento do auxílio a informais e famílias afetadas pela pandemia do coronavírus.
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‘Entesouramento’
Em meados desse mês, a instituição informou que vem sendo observado um fenômeno de “entesouramento” desde o início da pandemia. O termo se refere à decisão de cidadãos e empresas de guardar dinheiro em cédula, o que diminui o papel em circulação.
Esse entesouramento seria consequência de três fatores:
- saques por pessoas e empresas para formação de reservas,
- diminuição do volume de compras no comércio em geral e
- a demora no retorno, ao sistema bancário, dos valores pagos em espécie a beneficiários do auxílio.
Auxílio emergencial
A Caixa Econômica Federal credita nesta quinta-feira novos lotes do Auxílio Emergencial, tanto da primeira parcela, para novos aprovados, quanto da segunda, para beneficiários do Bolsa Família. Ao todo, o benefício será pago a 2,5 milhões de trabalhadores.
Para os beneficiários que receberam a segunda segunda parcela e não fazem parte do Bolsa Família, os pagamentos trouxeram mais restrições: todos receberam por meio de conta poupança digital da Caixa – mesmo quem recebeu a primeira parcela em outra conta.
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Além disso, a poupança digital não permite transferências inicialmente – apenas pagamento de contas, de boletos e compras por meio do cartão de débito virtual. Transferências para outras contas e saques só serão liberados somente a partir de 30 de maio.
Questionado se está havendo falta de cédulas no mercado para fazer os novos pagamentos do auxílio emergencial, Fernando Rocha, do BC, afirmou não ter conhecimento sobre esse assunto.
Fonte:
Att
Diretoria de Comunicação do SNM