História do Movimento Sindical: Por que contamos?

A R-Evolução do Movimento Sindical como propulsor da R-Evolução Social, Política e Econômica do Brasil

Não existe uma boa sociedade sem um bom sindicato. E não há um bom sindicato que não renasça todos os dias nas periferias, que não transforme as pedras descartadas da economia em pedras angulares. Sindicato é uma bela palavra que provém do grego syn-dike, isto é, ‘justiça juntos’. Não há justiça se não se está com os excluídos”. Papa Francisco.

Se considerarmos que a palavra sindicato significa JUSTIÇA JUNTOS teremos a clara noção que sempre houve organização daqueles que sempre estiveram no poder, e sempre houve a necessidade de busca por aquilo que é justo pelos injustiçados, e como diz a frase de um prêmio Nobel da paz:

“A Justiça nunca é dada voluntariamente pelo opressor; deve ser exigida pelo oprimido”.
Martin Luther King, Jr.

A organização dos que detém o poder neste processo da humanidade por busca de conhecimento, nesse movimento quase sempre não natural, de evolução social e econômica nasceu o sistema capitalista, e este capitalismo para sobreviver, se nutre da força física e intelectual da classe trabalhadora, onde a relação quase sempre é injusta, pois o capital tem o poder da escolha, já o trabalhador individual, devido a sua necessidade, não o têm e acaba se submetendo as exigências deste capital, e nesse sentido somente com a união dos indivíduos, ou seja, buscando JUSTIÇA JUNTOS é que se consegue o equilíbrio da balança nesse jogo desigual.
Daí advém a importância dos Sindicatos!
No período da revolução industrial, e também na revolução francesa, várias formas de dar voz as necessidades do povo surgem, entre elas a sociedade londrina de correspondência e a criação de vários sindicatos.
No Brasil, quando caiu o modo de trabalho baseado na escravidão e com ele a monarquia, veio a república e todo o ajuste de incertezas da forma de o trabalhador, agora livre, conquistar o seu ganha-pão e uma nova forma de governo.

Os republicanos tomam o poder!
Mas e os trabalhadores?

Nesse período se intensifica a política brasileira para trazer imigrantes da Europa, e a fusão de etnias e povos, nesse contexto, fazem surgir os ditos trabalhadores livres.
No Rio de Janeiro, em 1905, os negros criaram a Sociedade de Resistência dos Trabalhadores em Trapiche e Café, onde inclusive consideravam um novo treze de maio, pois sua organização conseguia melhorias nas regras de trabalho e também um melhor ganho financeiro.
Em 1910, durante este período, acontece também a “revolta da chibata” organizada por marinheiros negros e liderados por João Cândido.
A greve geral de 1917 aqui no Brasil, com papel importante dos imigrantes, foi um movimento espontâneo do proletariado sem a interferência, direta ou indireta, de quem quer que seja.
Nesse momento, o Estado e o Capital sentiram o poder que a classe trabalhadora livre e organizada tinha e decidiram que os mesmos precisavam de controle.
Então no primeiro governo da era Vargas foi criada a CLT com suas regras trabalhistas, enquadramento sindical, voto feminino, entre outros…
Os sindicatos vendo a estrutura verticalizada, cheia de regras, que impedia maiores avanços para classe trabalhadora, resolvem se apropriar da estrutura controlada pelo Estado e apartir daí conquistam grande influência na política, principalmente com a criação do comando geral dos trabalhadores, sob liderança de grupos de pensamento de esquerda.
Essa grande influência na política brasileira, acabou levando João Goulart a vice presidência de Juscelino Kubitschek e após, a própria presidência.
Com o avanço do trabalhador organizado pelos sindicatos e a insatisfação do Capital, o Estado, desta vez com os militares, deu o golpe em 1964.
Durante o golpe os sindicatos foram perseguidos, tendo neste período o fim da estabilidade no emprego e a criação do FGTS.
A reação dos sindicatos foram se voltar para suas bases e apoiados pela massa de trabalhadores, fizeram o enfrentamento a ditadura do regime militar.
Foi nesse período que aconteceram as grandes greves, fazendo surgir na região do ABC em SP importantes lideranças sindicais, entre elas Luiz Inácio Lula da Silva.
Esses movimentos foram importantes instrumentos que contribuíram para o fim da ditadura, após 20 anos no poder.
Em 2003, o grande líder sindical Lula chegara a presidência e após dois mandatos várias melhorias foram verificadas na vida do trabalhador, inclusive na retirada de milhões de brasileiros e brasileiras da fome.
A classe trabalhadora, agora no poder, e tendo melhorias na sua condição de vida desagradou o Capital, que após a continuidade de um governo de esquerda inclusive com a reeleição da primeira mulher na presidência do Brasil, deu novamente um golpe!
Neste curto período de tempo, após o golpe em 31/08/2016, vários ataques nas conquistas alcançadas pelos trabalhadores foram retiradas na dita reforma trabalhista.
Também apontaram suas armas contra as empresas públicas, que são um patrimônio do povo. A entrega, ou seja, as privatizações destas empresas para o capital não-estatal não se justifica, pois muitas delas cumprem não só um papel de cunho econômico e social mas de segurança social como é o caso da Casa da Moeda do Brasil – CMB, que além de gerar lucro (parte deste retorna para sociedade como dividendos para ser aplicado em outras áreas de necessidade do governo), fabrica passaportes tidos como um dos mais seguros do mundo, e a produção de cédulas e moedas que garantem a soberania monetária.
Agora assustados com o retorno de um governo exercido novamente por um representante do povo, levaram o líder das pesquisas de opinião para a cadeia num julgamento cheio de falhas.

A realidade são os fatos e a verdade é aquilo que cada um enxerga!

E a verdade dita pela mídia e pelos que manipulam o poder, não é a realidade que o povo enxerga!

SINDICATO! JUSTIÇA JUNTOS! O POVO TEM DIREITO DE TER DIREITO!

Edson Francisco da Silva
Diretor de Comunicação e Formação do SNM