Candidato do PT deu declaração durante entrevista ao Roda Viva (TV Cultura). Ele também disse que, se eleito, vai propor reduzir subsídio do diesel e baixar preço do gás de cozinha.
Por Filipe Matoso e Gustavo Garcia, G1 — Brasília
O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (22) não ter “no radar” alguma empresa estatal para ser privatizada caso seja eleito.
Haddad deu a declaração ao programa Roda Viva (TV Cultura) após ser questionado sobre se pretende privatizar alguma estatal.
“Não pretendo vender. Não tem nenhuma estatal no meu radar para ser vendida”, afirmou.
Questionado, então, sobre se “nem a estatal do trem-bala”, Haddad respondeu que será possível “enxugar”, “fundir algumas” e fazer “rearranjos” num eventual governo.
“O meu adversário [Jair Bolsonaro] é capaz de dizer que vai vender todas as estatais criadas pelo PT. Eu criei uma, que gerencia os 47 hospitais universários. Hoje, os hospitais estão debaixo do guarda-chuva de uma empresa para fazer gestão empresarial, ganhando eficiência. Melhorou enormemente a questão dos hospitais universitários! Você vai vender a empresa dos hospitais universitários para quem? As universidades vão ter cenário de prática aonde? Vai alugar leito hospitalar para capacitar médicos? São ideias de quem desconhece completamente a máquina pública”.
Em parte da entrevista, Haddad fez críticas ao candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro. Disse, por exemplo, que o adversário “não tem cultura democrática”.
Antes de a entrevista começar, o mediador do programa informou que a emissora convidou Bolsonaro, mas o candidato recusou participar.
Diesel e gás de cozinha
Durante a entrevista ao Roda Viva, Haddad afirmou que o subsídio concedido pelo governo desde maio para reduzir o preço do óleo diesel será diminuído.
Afirmou ainda que, se eleito, o governo dará subsídio para reduzir o preço do gás de cozinha.
“Não tem sentido você dar um subsídio de R$ 13 bilhões a 15 bilhões para o diesel e não dar de R$ 4 bilhões para o gás de cozinha, sendo que as famílias pobres estão fugindo do gás e indo para a lenha”, afirmou.
Haddad também disse que negociará com os caminhoneiros uma tabela de frete que seja “compatível” com as necessidades da categoria.
Reforma bancária
Ainda na entrevista, Haddad voltou a defender a reforma bancária, afirmando que o Brasil precisa se tornar uma “sociedade capitalista moderna”.
“O Banco Central vai ter que fazer, no meu governo, a reforma bancária. Não vai ser capturado por banco mais. Porque o Banco Central hoje, que falam que é independente, na verdade, do mercado, ele não tem independência nenhuma. Ele sempre foi capturado pelo interesse dos bancos. A gente queria dizer isso que, além de controlar a inflação, pela Selic, que é o instrumento que ele tem de controle da inflação, o Banco Central, no meu governo, terá a obrigação de apresentar ao país a reforma bancária que nunca apresentou”, declarou.
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