Performance critica privatizações

Performance critica privatizações

A cena é inusitada e suscita reflexões pertinentes sobre os rumos atuais da política brasileira: 50 pessoas empacotadas dos pés à cabeça, identificadas com o nome de empresas estatais ou recursos naturais estratégicos para a soberania nacional, enfileiradas e à venda. Esse é o ponto de partida da performance artística “Brazil For Sale (Brasil em Liquidação)”, que estreou em Natal e desfere críticas ao programa nacional de privatizações do Governo Federal. Concebida e dirigida pelo professor de teatro e encenador potiguar Marcos Bulhões, em parceria com Marcelo Denny e Naira Ciotti, a intervenção urbana chamou a atenção de quem circulou na tarde de ontem pelas imediações da Arena das Dunas, na zona Sul da capital.

<img src=”http://arquivos.tribunadonorte.com.br/fotos/199577.jpg” title=”Adriano Abreu” alt=”Artistas realizaram intervenção no entorno da Arenas das Dunas chamando atenção para os processos de privatizações em curso no país” align=”none”>
<i>Artistas realizaram intervenção no entorno da Arenas das Dunas chamando atenção para os processos de privatizações em curso no país</i>

A performance “Brazil for Sale” bebe na mesma fonte da intervenção “Cegos”, ação também criada por Bulhões e Denny que ganhou visibilidade internacional a partir de 2012 ao tratar de forma caricata – e não menos incisiva – a sociedade de consumo. “Nossa intenção é levar a mensagem desse trabalho por todo o país, por onde passarmos. A ação poética e política é uma forma de criticar essa dilapidação descarada do nosso patrimônio”, disse Bulhões, que está em Natal participando da 9ª Reunião Científica da Abrace (Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas), em cartaz no Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) até hoje.

O grupo de 50 voluntários, formado por artistas de Natal e de outras parte do Brasil que participam do encontro da Abrace no Deart/UFRN, personificaram pacotes etiquetados e identificados como portos, rodovias, terras indígenas, Casa da Moeda, Banco do Brasil, reservas de água e de minérios, aquífero Guarani, Amazônia, Petrobras, Pré-Sal, Eletrobras, parques, universidade pública e usina hidrelétrica.

Marcos Bulhões explicou que a ação exercita o chamado “artivismo”, neologismo que junta as palavras arte a ativismo, dando voz e forma ao protesto-arte.

Segundo o diretor e encenador teatral potiguar, que atualmente leciona no curso de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo, “Brazil For Sale (Brasil em Liquidação)” está apenas estreando. A performance conta com parceria do Laboratório de Práticas Performáticas da USP.

Durante o encontro Abrace, além de articular a intervenção, Bulhões também ministrou a oficina “Coralidade Performáticas”, que trabalha conceitos contemporâneos sobre arte no espaço urbano.

 

 

 

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