Resumo do Pé da Árvore, 02 de julho de 2020

Resumo do Pé da Árvore, 02 de julho de 2020

O Pé da Árvore Virtual realizado neste 02 de julho, pelos diretores Roni Oliveira e Deiverson Miranda, contestou o novo sistema de Avaliação de Desempenho, conhecido no mercado como Curva Forçada, e a postura da empresa, mais preocupada em enquadrar um quantitativo de funcionários numa categoria de baixo desempenho para possível demissão do que focar na possibilidade de novos produtos e mercados.

Roni iniciou o Pé da Árvore com o informe de que levará o tema “Avaliação de Desempenho” à primeira reunião paritária, que acontecerá na terça, dia 07 de julho. O Sindicato reitera que tem total interesse em resolver esse problema de forma administrativa e que discorda completamente dessa forma de avaliação.

O Presidente relembrou a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho no dia 21 de maio que, apesar de ter sido aprovado por ampla maioria dos trabalhadores, jamais foi encarado como uma proposta excelente. A aprovação aconteceu tendo em vista a pandemia que estamos passando, os riscos dos dissídios coletivos e a longa negociação. O Moedeiro ainda cura as feridas dessa negociação conturbada que se arrastou pelos anos de 2019 e 2020.

Poucos dias após a aprovação do acordo, a categoria, que entende a importância em trabalhar numa empresa pública e soberana, aceitou realizar hora extra para atender toda a demanda de cédulas pela população e o Governo. Com isso, centenas de trabalhadores estão se dispondo a trabalhar 7 dias por semana de forma ininterrupta.

Num momento como o atual, de pandemia e com alta carga de produção, o trabalhador necessita de melhores condições de trabalho, tanto física quanto psicológica. Enquanto isso, a Diretoria da Casa da Moeda parece não estar atenta às necessidades dos trabalhadores, já que menciona a possibilidade de demissão através de uma Avaliação, que obriga a qualificação de baixo desempenho para 20% dos funcionários. O Sindicato reitera que obrigar um gestor a avaliar mal um funcionário não camufla o fato de a empresa estar descumprindo o PCCS.

A Diretoria parece não perceber que os tempos mudaram, apesar de os diretores, que seguem diretrizes governamentais, vislumbrarem tornar a Casa da Moeda viável para a privatização e para aprovação da MP 902, o Congresso entendeu que o Governo não deveria privatizar a CMB, deixando que a Medida Provisória caducasse. Hoje a Casa da Moeda está em outro patamar, com uma alta demanda na produção do meio circulante e perspectiva na produção das cédulas da Argentina.

Roni relembrou, também, a compra das cédulas de R$2, em 2016, e os apontamentos de peritos do Banco Central e da Polícia Federal sobre o risco para a segurança do nosso meio circulante, já que, com a importação das cédulas, houve uma mudança no padrão monetário, facilitando a possibilidade de falsificação.

O Sindicato permanece atento à possibilidade de a empresa, através da Avaliação de Desempenho, vislumbrar ainda mais demissões, após desligar de forma injusta, 212 funcionários e, posteriormente, promover um Plano de Desligamento. Preocupa ao Sindicato o fato da empresa visar reduzir o número de empregados com o intuito de justificar a contratação de funcionários terceirizados.

O Presidente Roni reafirmou que “contratação de funcionários para a Casa da Moeda só a partir de concurso público, como versa a Constituição Federal” e deixou um aviso: “O trabalhador não se desmobilizou. A luta simplesmente mudou e os trabalhadores continuam mobilizados na luta pelos seus empregos”.

Roni complementou que a tentativa de uma assessora e da empresa de fazer da Casa da Moeda um laboratório de demissão de funcionário público, baseada em qualquer tese de mestrado que tenha por intuito mostrar benefícios em demitir funcionários, não será aceito pelo Sindicato.

O Sindicato informa à CMB e aos trabalhadores que está disposto a abrir uma parceria com a empresa e colocar a Frente Parlamentar Mista na luta para discutir novos rumos e negócios.

Recentemente, a Ministra Tereza Cristina mencionou que o Brasil teria que criar um método de logística e rastreamento mais eficiente para o País, já que, com a pandemia, todos os países ficarão mais criteriosos com a importação.

Ainda sobre os sistemas de rastreamento, lembramos a importância de discutir a volta do Sicobe – Sistema de Rastreamento e Comércio de Bebidas –, que é um instrumento importante para fiscalizar o setor de bebidas. Em um momento em que o Governo sofre com dificuldade orçamentária, devido à pandemia, é válido lembrar que, sem o Sicobe, o Governo renuncia a, aproximadamente, R$ 35 bilhões anuais em receita. Mais uma vez, o Sindicato se coloca à disposição da empresa para discutir a volta do Sicobe junto aos parlamentares.

Além do Sicobe, a Casa da Moeda possui vários projetos parados, como é o caso do Chip da placa de carro, que poderia render R$ 5 bi à CMB; do projeto da Identidade Única; da produção da prova do Enem, e do sistema de rastreamento de pólvora.

O Presidente Roni  alertou que mesmo com pareceres contrários a Avaliação de Desempenho, a diretoria da empresa deu o aval para a aprovação da norma, sabendo que, caso a medida gere despesas para a CMB, seremos nós trabalhadores que pagaremos a conta, pois as indenizações e o prejuízo são retirados do caixa da casa da moeda.

O Diretor Deiverson pediu aos moedeiros que refletissem sobre o novo modelo de Avaliação de Desempenho, que poderia ser chamado de Modelo de Demissão do Funcionário. Deiverson discorreu sobre a metodologia de avaliação, que permite somente 5% dos funcionários superarem o conceito de atender o que lhe foi pedido e que obriga encaixar 20% dos funcionários ao grupo que não atenderiam a demanda. Alertou, ainda, que com essa metodologia, é criado um ranking que teria por objetivo a demissão de funcionários, como consta na norma da avaliação. Essa possibilidade de demissão coincide com a contratação da assessora que possui uma tese de mestrado que defende a demissão de empregados.

Deiverson contextualizou o que os trabalhadores têm passado na Casa da Moeda com a pandemia: “Enquanto os moedeiros têm que se preocupar com o Corona Vírus, ainda temos que nos preocupar com o Corona Diretor (…) respeitem a história dos moedeiros (…) o moedeiro tem ficado doente, preocupado (…) é um absurdo…”

Deiverson cobrou, também, as faixas de 2019, que não foram distribuídas e o edital de promoção e progressão de 2020 não divulgado até o momento.

Foi pedido pelo Diretor que todos acessem o processo 0149/2020 e acompanhem o trâmite que originou a Avaliação de Desempenho, assim como o posicionamento dos Departamentos da Casa da Moeda.

O Presidente Roni finalizou dizendo: “O Sindicato tem um propósito só: defender a categoria moedeira, seja na forma administrativa, judicial, ou na rua lutando. Se o moedeiro tem capacidade de luta para defender direitos relacionados ao ACT, para defender o emprego tem ainda mais disposição.”

O Sindicato está unido a todos os Departamentos que foram firmes e se posicionaram contra essa metodologia de Avaliação de Desempenho.

Direção de Comunicação SNM

Marcus Mattos

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